José Rogério de SantanaTeotonia Durval

Cyridião Durval

f a m í l i a
Filhos(as) com:
Isabel Seabra

Filhos(as):
Maria Luiza
Cyridião Durval
  • Nascimento: 3 março 1860, Tatuamunha, Alagoas, Brasil
  • Casamento: com Isabel Seabra
  • Falecimento: 17 ago 1895, Serrinha, Bahia, Brasil
  • Profissão: Ministro do Tribunal de Conflitos e Administrativo da Bahia, Lente da Faculdade de Direito, Poeta
  • Referência(s): http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=830380&pesq=%22cyridi%C3%A3o%20durval%22
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    Nasceu no dia 3 de março de 1860 em Tatuamanha, então distrito de Porto de Pedras, Alagoas. Filho de Rogério José de Santana e Teotônia Durval de Santana, teve os seguintes irmãos: Hermillo Durval, Manoel Durval, Fernandina Durval e Maria Durval Moreira, esposa de Manoel Moreira e Silva. Sua avó materna era Maria do Carmo Durval.
    Foi na bela e aprazível Tatuamunha que aprendeu as primeiras letras com a ajuda de um professor público. Percebendo que o filho tinha gosto pelo estudo, seus pais o internaram em Recife, no Colégio Santo Amaro.
    Depois foi transferido para o Ginásio Provincial, onde terminou o curso de humanidades em 1881 e diplomou-se em Direito pela Faculdade de Recife em 1885. Teve como colegas Martins Júnior, Clóvis Bevilacqua, Arthur Orlando, Porto Carneiro, Phaelante da Camara e outros.
    De pensamento vivaz, com 18 anos e ainda estudando direito, viu seu nome ser citado como o possível autor de um soneto publicado no Jornal do Recife. Assim reagiu em nota publicada no mesmo jornal:
    Protesto!!…
    Venho defender meus direitos.
    Constando-me que inculcaram-me autor de soneto publicado anteontem nesse mesmo jornal, com a assinatura - O Católico, - e como não seja eu merecedor de tão temerários juízos, venho declarar a quem quer que julgue ser o tal Católico, que desimagine-se completamente disso, pois sempre fui, sou e serei protestante, e principalmente d'aquilo que não proporciona-se ao meu caráter.
    Como não tenho o mau costume de dar pseudônimos às minhas publicações, assino-me com toda a franqueza:
    Cyridião Durval
    Recife, 23 de Outubro de 1878.
    Nesse período foi redator da Revista de Pernambuco e da A República, órgão do Clube Republicano Acadêmico, além de desenvolver ativa militância abolicionista. Colaborou ainda no Jornal do Recife, na Província, no Diário de Pernambuco e no Repórter.
    Frequentador dos círculos literários de Recife, logo passou a ser conhecido entre os poetas da cidade e a ter seus sonetos publicados nos jornais.
    Participando da luta abolicionista de forma destacada, sempre era escolhido como orador nos atos públicos, e invariavelmente apresentava uma poesia para enriquecer sua oratória.
    Foi assim que, em junho de 1882, durante uma apresentação de Carlos Gomes no teatro Santa Isabel em Recife, falou em homenagem ao maestro utilizando a "torrinha". Emocionado com a bela homenagem, o autor de O Guarani deixou o púlpito e foi até onde se encontrava o poeta alagoano, ergueu-o com um abraço e o beijou na testa.
    Orgulhoso de sua terra natal, em setembro de 1882 participou da fundação e foi eleito vice-presidente da Sociedade 16 de Setembro, formada por estudantes alagoanos em Recife com o objetivo de "solenizar em todos os anos esta data gloriosa que relembra a emancipação política daquela província", como registrou O Orbe de 13 de setembro de 1882.
    Sua extremada dedicação à causa abolicionista o levou a liderar uma reunião, realizada no dia 10 de julho de 1884, que deliberou pela fundação do Club Abolicionista Tavares Bastos. O registro foi feito pelo jornal O Orbe de 16 de julho de 1884.

    Faculdade de Direito de Recife, onde Cyridião Durval concluiu o curso de Direito em 1885
    A diretoria ficou assim formada: Cyridião Durval, presidente; Vieira Malta, 1º vice-presidente; Esperidião Lins, 2º vice-presidente; Antonio Omena, 1º secretário; Antonio B. de Lima, 2º secretário; Ferrão Lima, 1º orador; Alfredo de Carvalho, 2º orador; e Costa Rego, tesoureiro.
    Logo após a sua formatura foi nomeado Promotor Público da comarca de Ilhéus, na Bahia, por ato imperial de 25 de janeiro de 1886. Estreou no célebre júri do tenente-coronel Gentil José de Castro e seus irmãos, defendidos pelos notáveis advogados, Carneiro da Rocha, Affonso Celso Júnior e Izaias Guedes de Mello.
    Na Bahia, casou-se com uma irmã do baiano dr. José Joaquim Seabra, professor de Direito da Faculdade de Recife e seu amigo. J.J Seabra, que depois foi eleito deputado federal e governador da Bahia, tinha duas irmãs: Isabel (Bela ou Belinha) e Maria (Maroquinhas). A pesquisa não conseguiu identificar com qual delas Cyridião casou. Tiveram uma única filha, Maria Luiza, que após a sua morte foi objeto de uma campanha de arrecadação de fundos para ajudá-la.
    A pobreza da família era tal que Assembleia Legislativa da Bahia aprovou, em 11 de julho de 1896, que a viúva fosse beneficiada com uma pensão pelo Montepio dos Funcionários Públicos da Bahia, cuja criação foi aprovada após a morte de Cyridião.
    Em 1887, já apresentando os sinais da doença que o levaria à morte, pede remoção para Vila Nova da Rainha, no sertão da Bahia. Depois foi promotor da comarca de Senhor do Bomfim.
    Transferindo-se para a capital, Salvador, foi nomeado 4º Juiz Substituto daquela Comarca por decreto de 9 de fevereiro de 1889. Nesse período colaborou no Jornal de Notícias.
    Foi, também, auditor de guerra, delegado do Poder Legislativo do Tribunal de Conflitos e professor da Faculdade de Direito da Bahia, nas cadeiras de Direito Criminal e Direito Administrativo. Era sócio do Instituto Histórico baiano.

    Cyridião Durval faleceu no dia 17 de agosto de 1895, com apenas 35 anos de idade
    Tuberculoso, recolheu-se para tratamento no cidade de Serrinha, na Bahia, onde faleceu no dia 17 de agosto de 1895, com apenas 35 anos de idade.
    Seu sepultamento, em Salvador, foi acompanhado por muitos estudantes e professores. Muitos deles fizeram o uso da palavra, elogiando o professor e amigo. Na Faculdade de Direito da Bahia, a sala onde lecionava recebeu o seu nome.
    Em 1919, quando foi fundada a Academia Alagoana de Letras, o seu nome foi escolhido como patrono da cadeira de nº 6.
    Maceió também o homenageou dando o seu nome à pequena rua do bairro do Farol que interliga a Rua Dr. Ambrósio Lyra à Rua dos Bandeirantes.
    O nome Ciridião Durval também aparece em outras homenagens, mas desta feita ao seu sobrinho, também advogado, que recebeu o nome do poeta.
    Obras
    Alagoas, Recife 1881 (poesia);
    Ruínas, Recife,1884 (poesia);
    Versos, 1885 (poesia, com Francisco Peixoto de Lacerda Werneck);
    Acordes. Versos, Bahia: Imprensa Popular, 1890 (poesia);
    Amor Materno, Revista da AAL, n. 12, p. 127 (Antologia do Soneto Alagoano).
    Teria deixado inéditos: Currente Calamo e Poesias. Romeu de Avelar informa que ele teria deixado, também, editada em Recife, uma Coleção de Sonetos
    (Fonte: https://www.historiadealagoas.com.br/cyridiao-durval-advogado-professor-e-poeta-abolicionista.html)

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